Perfil: Protagonismo na pele

Confira perfil e entrevista com Iana Mallamann, integrante do projeto. Vale muito ler!

A jovem Iana Mallmann,19 anos, integrante do projeto “Adolescentes Protagonistas”, iniciativa do Inesc com o patrocínio da Petrobras, não se cansa de protagonizar sua própria história. Se destacou entre os colegas do projeto por estudar e aprofundar conhecimentos em temas ligados à defesa da população LGBTT, educação de qualidade e violência sexual contra crianças e adolescentes. Iana não para.

Em setembro do ano passado, por exemplo, esteve entre 500 adolescentes e jovens de todo o mundo que participaram de um evento paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas. Lá, ela e Walisson Lopes de Souza, 19 anos e também integrante do “Adolescentes Protagonistas”, abordaram estratégias de promoção da inclusão escolar no Brasil. Iana e Wallison participaram de uma pesquisa sobre exclusão escolar, desenvolvida pelo Inesc, que levantou dados sobre as principais causas da evasão. Mallmann, em particular, tratou no evento da importância do respeito pela diversidade sexual e de gênero na escola (veja mais aqui).

Sua história de vida se assemelha com a de muitos/as adolescentes/jovens. Iana conta que passou por diversos tipos de preconceitos e conflitos internos até descobrir a sua sexualidade. Em entrevista para revista Nova Escola, ela afirmou que entrou em depressão e tentou se matar três vezes, quando começou a entender o que estava ocorrendo com ela, nos anos finais do Ensino Fundamental. Para driblar a exclusão, a jovem mudou para a escola pública e iniciou uma caminhada em prol do conhecimento e do ativismo na área. Ela acredita que a questão da sexualidade deve ser discutida constantemente dentro da escola.

A atuação da integrante do Adolescente Protagonista, também rendeu, recentemente, a participação da jovem como expositora no “Seminário Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes: desafios locais do Distrito Federal ao lado de gestores e profissionais do Sistema de Garantia de Direitos, evento realizado em 22/5 em prol do mês que marca as ações contra a violência sexual a esse público. O seminário teve como objetivo abordar os desafios do DF em cada um dos seis eixos do Plano Nacional de enfrentamento da Violência Sexual. Iana, tratou o eixo do “Protagonismo”.
A assessoria de comunicação do “Adolescentes Protagonista” entrevistou a jovem para saber um pouco mais sobre sua atuação nessa área. Confira abaixo a entrevista.

AP: O que é protagonismo para você?
Iana:
Protagonismo de crianças e adolescentes é inovação, é atitude, energia, autenticidade e movimento. Audácia de expor uma ideia em prol de mudança.

AP: Qual a importância da participação de criança e adolescentes nesses espaços de discussão?
Iana: É necessário ter adolescentes e jovens expondo suas experiências e vivências que devem ser levadas tão a sério quanto às estatísticas que são mostradas por aí.

AP: Como foi para você falar sobre protagonismo adolescente para gestores?
Iana: Falar para um bando de gestores foi uma responsabilidade e tanto. Sabendo que há uma imensa possibilidade de entrar lá e falar mil coisas e mesmo assim não ter a minha voz sendo levada tão a sério como outras pessoas que têm um crachá no peito, tentei de todas as formas possíveis mostrar que crianças, adolescentes e jovens são capazes de mudar suas realidades e que querem fazer a diferença.

AP: Quais questões você levantou na sua apresentação?

Iana: Como eu conheci as formas de protagonismo. Os ambientes em que eu “posso” ser uma protagonista. Falei sobre tudo que fiz desde que conheci o projeto “Onda: Adolescentes Protagonistas” e mostrei na prática tudo que pude fazer graças ao protagonismo.

AP: Sobre violência sexual contra crianças e adolescentes, como
você acha que a prevenção pode ser melhorada?
Iana: Existem diversas formas de combate e prevenção, mas um grande caminho (até comentei lá sobre) é ter mais atenção na chegada dessas “campanhas”! São criadas, pensadas e desenvolvidas, mas o acesso de crianças e adolescentes a essas campanhas ainda é bem difícil. Não são faladas dentro das salas de aula e nem debatidas. Muitas dessas crianças nem tem conhecimento dessas campanhas. É um meio a ser pensado.

Por Gisliene Hesse, com participação de Vinícius Moreira (estagiário do projeto “Adolescentes Protagonistas”

Foto: Alexandre A. Bastos (Revista Escola: publicada na Internet)

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