Afeto como direito (trans)formador

Meninas da socioeducação de Santa Maria criam programa de rádio sobre afetividade e discutem transexualidade.

Por Webert da Cruz

Afetividade. Este é o tema que meninas cumprindo medida socioeducativa na Unidade de Internação de Santa Maria (UISM) escolheram falar em mais um programa de rádio realizado pelo ONDA – Adolescentes Protagonistas. As adolescentes quiseram dialogar sobre a importância do afeto, assim como a necessidade de tratamento mais humano para todas as pessoas.

Reflexões sobre as vivências de pessoas trans foi o caminho trilhado para a construção do programa. “Pensar no afeto mexeu com as meninas, que passaram a compreender melhor os desafios que pessoas trans enfrentam tanto para conseguirem trabalho como para o exercício do amor”, conta Márcia Acioli, coordenadora das atividades.

“O fato de organizarem um projeto coletivo harmoniza o ambiente e favorece laços de amizade e ajuda-as a rever seus comportamentos com relação ao convívio social”, afirma Márcia sobre a produção colaborativa do programa. 12 meninas participaram de todas as etapas de criação, dividindo funções entre si. Do roteiro, passando pelas entrevistas, locução, edição e até composição de algumas músicas.

O exercício do direito a comunicação e a partir de temas escolhidos pelas adolescentes tem despertado processos muito importantes além dos objetivos pedagógicos previstos. Na UISM, Marcia conta que há meninas que se sensibilizaram para trabalhar com comunicação e estão entusiasmadas para seguir estudando visando o vestibular de jornalismo.

O trabalho foi desenvolvido pelo Inesc e projeto Onda, com a jornalista Cláudia Maciel. Confira o programa sobre Afetividade e Transexualidade feito por adolescentes da socioeducação:

OUÇA O PROGRAMA: 

      170703121911Bol_Fiori_TransInesc.mp3