Adolescentes do sistema socioeducativo participam de atividades formativas de cidadania, cultura e comunicação

Projeto Vozes da Cidadania realiza formações em unidades da socioeducação para jovens melhorarem autoestima e a se reconhecerem como cidadãos de direitos no DF

Por Webert da Cruz

O Onda: Adolescentes em Movimento pelos os Direitos, que atua com formação cidadã em escolas públicas e em unidades de internação, realiza em 2019 o projeto Vozes da Cidadania. Até o fim deste ano, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), com apoio do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA) promoverá novos encontros com adolescentes e jovens socioeducandos do Recanto das Emas (UNIRE), São Sebastião (UISS) e Planaltina (UIP) com atividades que envolvem cidadania, cultura e comunicação.

“Não há mágica em processos pedagógicos”, afirma Márcia Acioli, assessora política do Inesc. “No caso do socioeducativo, quando a intenção é rever valores e reconstruir vidas, é necessário elaborar e avaliar diversas etapas”, afirma Márcia. A coordenadora afirma que a continuidade das formações com os adolescentes necessita de afetividade e respeito como pano de fundo de toda trajetória educativa.

Ao refletir sobre suas origens e aprender sobre direitos, adolescentes que cumprem medidas socioeducativas passam a se compreender melhor como cidadãos e cidadãs – alguns pela primeira vez na vida. Debater temas pouco discutidos ligados aos direitos humanos, mediar conflitos a partir de uma cultura de paz e exercitar a liberdade de expressão são diretrizes que continuam presentes na metodologia do projeto.

É difícil falar de resultados sem uma pesquisa criteriosa, segundo Márcia. Entretanto, ela diz que o trabalho do projeto tem aumentado a dimensão pedagógica e cultural nas unidades, tem desenvolvido outras sensibilidades e contribuído para um olhar mais crítico sobre a sociedade. “Sabemos também que as atividades colaboram para diminuir a tensão em contexto de elevados níveis de estresse”, conta a assessora.

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O projeto

As atividades desenvolvidas pelo projeto abordam temas como: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), participação social e democracia, direito das mulheres, cidade, educação e trabalho. A metodologia utilizada agrega fundamentos da educação popular, arte-educação e educomunicação. Música, fotografia, cine-debates, rodas de conversa e pinturas são alguns dos recursos utilizados na busca da construção de novas perspectivas dos socioeducandos.

“Ao debater temas pouco discutidos ligados aos direitos humanos, nós acabamos mediando situações de conflito que poderiam gerar violência, por meio de uma cultura de paz, que está presente em nossa metodologia”, conta a educadora Ravena Carmo. A continuidade ajuda a consolidar aprendizados e aperfeiçoar metodologias, além de alcançar maior número de adolescentes.

A primeira fase do trabalho é focada na discussão dos temas indicados no projeto e pelos jovens, sempre relacionados ao ECA e à Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança. Na segunda parte, ainda a ser desenvolvida, os adolescentes participarão da produção educomunicativa de programas de rádio, boletins, vídeos, grafite e poesias.

 

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