Como posso transformar a minha escola? Esse foi um dos questionamentos levantados na última sexta-feira, 23/10, por Francisco Benavides, Diretor Regional da área de educação do Unicef para América Latina e Caribe. Ele e uma comitiva do Unicef foram conhecer as atividades desenvolvidas pelo projeto “Adolescentes Protagonistas” no Centro Educacional Fundamental 05 do Paranoá.
Em uma conversa infromal e envolvente com cerca de 150 adolescentes, Benavides explicou que a sua função dentro do Unicef é visitar escolas de vários países, com o objetivo de conhecer as diferentes realidades.Contou de experiências que teve em escolas do México, Canadá, Moçambique, El Salvador, Honduras, Haiti, Londres, entre outras. “As transformações das escolas, muitas vezes, não são operadas pelos governos. Os próprios jovens têm sido protagonistas de mudanças, tanto nas suas instituições de ensino quanto nas comunidades que rodeiam esse ambiente escolar”, afirmou Francisco na introdução da sua explanação.
Benavides abriu espaço para que os/as estudantes elaborassem questionamentos sobre a educação e/ou problemas encontrados na sua própria instituição de ensino. Os/as jovens abordaram temas como: o espaço para atividades físicas, a violência e as drogas na escola, a importância da amizade e questionaram qual seria a melhor escola.
Sobre violência, Francisco disse que existem vários tipos que devem ser considerados desde o bulling até a violência na própria comunidade. Segundo ele, escolas de Honduras e El Salvador vivem uma situação insustentável por conta do índice de violência. “Em El Salvador, um a cada três municípios está controlado por gangues. Antes de ir à escola, as pessoas precisam pesquisar se a comunidade está segura. Em Honduras, os níveis de violência se igualam ao Iraque. Lá, os jovens se organizam por meio das redes sociais para avisarem uns aos outros se podem ir ou não à escola e para pedir proteção”, explicou.
Um dos jovens afirmou que a possibilidade de estar com os amigos é a melhor coisa da escola. “Em muitas experiências percebi que a escola se faz pelas amizades. Os amigos que você faz no ensino médio são os amigos que ficam para a vida”, enfatizou Benavides.
Em sua palestra, Benavides citou exemplos de escolas em que os estudantes conseguiram conquistar mudanças. A implantação de um ateliê de pintura, aulas de maquiagem, estudo à distância e parcerias com os pais e até mesmo com o comércio local foram alguns dos exemplos que ele citou.
Além de Benavides, a comitiva do Unicef contou com Marcelo Mazzoli, coordenador do Programa de Educação e Parcerias do UNICEF Brasil, Zélia Teles, assistente do Programa de Educação e Parcerias e Júlia Ribeiro, oficial dos projetos de educação.
O projeto “Adolescentes Protagonistas é uma iniciativa do Inesc com o patrocínio da Petrobras.
