
Marcia Acioli, assessora política do Inesc, afirma que o país precisa investir em políticas públicas de prevenção.
Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi estipulada desde 1973, quando uma menina de 8 anos, de Vitória (ES), foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada. Seu corpo apareceu seis dias depois, carbonizado e os seus agressores nunca foram punidos. Desde então, organizações que defendem os direitos das crianças e adolescentes e a população brasileira escolheu o dia para marca a luta contra esse tipo de violência.
Em 2014, segundo dados do Disque Direitos Humanos, foram registradas 24.575 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Desses casos, 19.165 foram de abuso e 5.410 de exploração sexual infantil.
Segundo Márcia Acioli, assessora política do Inesc responsável pelo projeto “Adolescentes Protagonistas”, o país precisa investir em políticas públicas de prevenção. “Mais do que tudo é preciso desenvolver trabalho articulado entre governo e sociedade civil para dar visibilidade e enfrentar tamanha violência. É preciso fazer um debate público envolvendo a mídia que tanto explora o corpo e a sexualidade de mulheres e meninas e dar especial atenção a meninos gays que são alvo de exploradores”,
Atuação do Inesc
Recentemente, integrantes do projeto Onda realizaram uma pesquisa de percepção na Estrutural para mapear os tipos de violência que mais afetam a comunidade, com o cuidado de não estigmatizar ainda mais a cidade como polo de violência do DF.
A pesquisa revelou que 89% das meninas de 14 a 19 que responderam ao questionário apontaram preocupação com a violência sexual. O resultado indica que há uma questão de gênero latente. Os dados se inter-relacionam com o grande número de ocorrências frequentes deste tipo de agressão. Ao falar de causas, elas citam que as famílias e o Estado têm sido incapazes de protegerem-nas. Ressaltam ainda que a cultura machista naturaliza a violência contra a mulher (confira a pesquisa completa aqui).
Como denunciar
Quem souber de algum caso de violência sexual infantil, procure o conselho tutelar, delegacias especializadas, polícias militar, federal ou rodoviária e ligue para o Disque Denúncia Nacional, de número 100.
Por Gisliene Hesse
Foto: Mobilização na Estrutural/ Crédito: Coracy Coelho