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Terceira oficina do projeto Manifesto da Juventude foi realizada na Unidade de Internação de Santa Maria (DF).
A terceira oficina do projeto Manifesto da Juventude foi desenvolvida semana passada com meninas adolescentes que cumprem medidas socioeducativas na Unidade de Internação de Santa Maria (UISM). O tema de debate foi trabalho, o que gerou um debate rico sobre sonho, renda e reinserção social após saírem da instituição. A jovens já participam de outro projeto do Inesc, o Onda, em que trabalham outros temas – direitos humanos, Estatuto da Criança e do Adolescente, orçamento público e comunicação.
O Manifesto da Juventude vem compor este cenário de formação das jovens, sendo uma iniciativa que visa o debate sobre o mundo do trabalho e o levantamento de demandas para os governos por parte dos jovens. O Manifesto é desenvolvido pelo Inesc em parceria com as organizações Cew-It, de Uganda, e Netwerk Democratie e Movisie, da Holanda, em parceira com a Plataforma E-Motive, e tem como objetivo trocar experiências sobre juventude e trabalho/desemprego nos países envolvidos.
Durante os trabalhos na UISM, as adolescentes foram questionadas sobre o que seria ‘trabalho’ – e as respostas foram emblemáticas de seus sonhos, desejos e aspirações: “Trabalho não é só ser independente financeiramente. Querer e precisar são coisas diferentes. Na verdade, o trabalho é algo que toca a sua realização pessoal. Devemos pensar em trabalhar naquilo que nos faça feliz!”, afirmou uma das jovens. Outra acrescentou: “Trabalho é você ter um meio de viver. Muitas pessoas trabalham por dinheiro, mas o trabalho está cercado de sonhos e desejos. Dinheiro não é tudo na vida”.
Cada oficina do projeto Manifesto da Juventude trabalhou com uma metodologia específica, com o intuito de ressaltar as diversas realidades dos jovens. No entanto, algumas dinâmicas foram comuns, como a que procurava saber qual profissão desejada. Entre as jovens da unidade de internação, as respostas foram de jogadora de futebol e escritora a guia turística, artista, advogada e juíza. Ao lado do sonho, a educadora Marcia Acioli também problematizou a realidade possível – as meninas responderam demandando do Estado maior comprometimento com elas tanto na instituição, quanto fora dela: a educação, a escola e a cultura apareceram neste debate como questões chaves para o sucesso delas no mundo do trabalho.
Ao final dos trabalhos, cartas dos jovens quilombolas da comunidade de Mesquita, que participaram da última oficina foram compartilhadas com as adolescentes de Santa Maria. Elas leram as cartas e escreveram as suas para os jovens da próxima oficina, que reunirá adolescentes do projeto Onda.
O Manifesto da Juventude pelo Trabalho e Emprego será lançado em setembro, no Museu da República, em Brasília, com a participação de todos os jovens que participaram das oficinas. Gestores públicos do governo federal e do governo do Distrito Federal serão convidados a participar do evento para receberem uma carta que reunirá todas as demandas dos jovens que participaram do projeto. A devolutiva será feita com linguagens alternativas, como teatro, projeções e música.
Fonte: Inesc