O projeto “Adolescentes Protagonistas”, iniciativa desenvolvida pelo Inesc com o patrocínio da Petrobras, esteve presente em dois eventos que marcaram as atividades do Dia Internacional da Mulher. No dia 8/3, eles/elas marcaram presença na Unidade de Internação de Santa Maria. No dia 9/3, representantes do projeto participou de atividade em uma escola de Sobradinho.
Unidade de Internação de Santa Maria (UISM)
O primeiro evento, que aconteceu na Unidade de Internação de Santa Maria, contou a presença da Flavia Timm, professora de Psicologia da Universidade Católica de Brasília; Dyarley Viana, assessora política do Inesc; e da Companhia de Teatro Bisquetes, da cidade Estrutural. O diálogo foi com as meninas que cumprem medidas socioeducativas, adolescentes que participaram da primeira etapa das oficinas de direitos humanos do projeto Onda.
Flávia Timm iniciou a conversa introduzindo os acontecimentos históricos que marcaram a data do Dia Internacional da Mulher. Depois, problematizou sobre “como é ser mulher na Unidade de Internação?”. As respostas das meninas foram incisivas: “é difícil ser mulher na medida socioeducativa, porque nós somos vaidosas e aqui dentro não podemos nos cuidar”. Uma delas relatou a humilhação, principalmente nas revistas íntimas. “As mulheres são tratadas com desigualdades. Tudo para a mulher é mais difícil. Os meninos têm mais atividades”. Após, a Cia de Teatro Bisquetes representou uma cena sobre violência doméstica, que inaugurou a discussão sobre tema. Flávia e Dyarley ressaltaram a relação da violência com o amor, que em muitos casos é trazida de forma simbólica tanto por meio do ciúme, do machismo, até chegar à violência em si.
Escola de Sobradinho
Já em Sobradinho, a conversa aconteceu na quarta-feira, 9/3, no Centro Educacional 04 de Sobradiho II. O evento foi promovido pela Promotoria de Justiça da cidade em diálogo com o Inesc e com a escola, e contou com a presença de 70 alunos/as. A promotora Dra. Danielle Martins e a Juíza Dra. Rejane Suxberger participaram do evento. Elas abordaram a história de luta das mulheres e, consequentemente, trataram da importância da criação da Lei Maria da Penha. A Cia de Teatro Bisquetes apresentou um espetáculo sobre violência doméstica. Dyarley Viana, assessora política do Inesc, falou sobre as mulheres negras e como elas são invisibilizadas pelo sistema que é machista e racista. Questionou também a ausência de negros na premiação do Oscar de Cinema, a diferença de salários entre homens e mulheres que desempenham a mesma função e sobre as abordagens racistas que já viveu.
Iana Mallmann, jovem do projeto Onda, problematizou as questões de gênero, diferença entre travesti e transexual, além da sua experiência de vida enquanto mulher lésbica. O evento também foi um espaço para a divulgação da revista Descolad@s.
