Oficinas de fotografia: adolescentes entre enquadramentos, focos e luz

O projeto Adolescentes Protagonistas, iniciativa do Inesc com o patrocínio da Petrobras, realizou nos últimos dias oficinas de fotografia no Quilombo Mesquita, localizado na Cidade Ocidental (GO), e no Centro Educacional 04 do Guará (DF).

Em ambos os locais, a atividade foi coordenada pelo fotógrafo Webert Cruz, jovem protagonista que já participou de iniciativas sociais e hoje desenvolve trabalhos artísticos e culturais com apurada sensibilidade e senso crítico, sempre atento aos direitos humanos.

Quilombo Mesquita
O encontro no território quilombola aconteceu no dia 12/07. Os meninos e meninas foram orientados/as a capturar imagens da comunidade, com especial atenção para retratem as políticas públicas que desejam monitorar. Vale registrar que, nesta etapa da iniciativa, as discussões estão voltadas para o debate sobre educação de qualidade, evasão escolar e território educador.

A oficina foi iniciada com a música “O seu olhar”, do Arnaldo Antunes, que discute as várias possibilidades de olhar o mundo. Em seguida, em uma atividade de apresentação diferenciada, cada adolescente, com uma câmera na mão, tirou uma foto de um/a dos/as colegas em roda. Após o clique, o/a jovem fotografado/a se apresentava.

Na sequência, os/as adolescentes receberam uma moldura e trabalharam o exercício do olhar, brincado com as inúmeras possibilidades de enquadramento. Webert ressaltou a importância da luz na fotografia e da relevância da poética e da beleza na foto.

Já com as câmeras em mãos, os/as adolescentes saíram pela comunidade e fizeram seus cliques, experimentando a luz, formas e suas visões sobre a educação e sobre o território educador.

CEd 04 do Guará
Com uma metodologia semelhante à do quilombo, a oficina de fotografia no CEd 04 do Guará aconteceu na última quinta-feira (21/07). No entanto, com os/as adolescentes do Guará, Webert teve tempo para explorar mais os termos técnicos da fotografia.

O oficineiro propôs uma dupla ciranda de olhares na qual adolescentes da ciranda de dentro e adolescentes da ciranda de fora deveriam se mirar nos olhos. “O exercício provocou muita cumplicidade e mostrou o quanto não paramos para apreciar o olhar do outro”, sintetiza Thallita de Oliveira, educadora do Inesc.

Um dos momentos mais interessantes foi quando os/as jovens escolheram fotos para analisar de acordo com as terminologias técnicas trabalhadas na oficina, como luz dura e luz suave, enquadramento, harmonia fotográfica, molduras, ponto de fuga etc. Foi notório o interesse e empolgação dos/as meninos e meninas no que tange à fotografia, como o domínio neste assunto que tanto faz parte de suas vidas, principalmente na era das redes sociais.

Após as dinâmicas, os/as adolescentes foram divididos em grupos e saíram pela escola fotografando as relações entre professor-aluno, espaço físico, gestão, amigos, esporte e outros aspectos que os/as participantes consideram como educação de qualidade.

Os resultados das oficinas serão exibidos em exposições de fotografia que serão disponibilizadas nas escolas juntamente com o lançamento do boletim Direitos na Comunidade.

footer2