Adolescentes debatem sobre educação quilombola com representantes do MEC

Conhecimento, história e emoção. Teve de tudo um pouco na última oficina realizada com alunos e alunas da Escola Aleixo Pereira Braga I, colégio quilombola localizado na comunidade de Mesquita (Cidade Ocidental/GO).

O encontro, ocorrido na última sexta-feira (19), tinha como objetivo promover o diálogo entre os/as adolescentes e um gestor da área de educação quilombola. A pessoa convidada foi Rita Potiguara, diretora de Políticas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico-Raciais, do Ministério da Educação (MEC).

Rita explicou para os meninos e meninas como funciona a estrutura do MEC e quais as responsabilidades do órgão. Também detalhou a responsabilidade de Estados e municípios na gestão conjunta por uma educação de qualidade.

Perguntas e respostas
Durante o encontro os/as adolescentes tiveram a oportunidade de fazer as perguntas que haviam elaborado no dia anterior. O que o ministério pode fazer para ajudar as pessoas negras que sofrem preconceito e param de estudar? Por que a história do quilombo não é popular na matéria de história? A gente percebe que não chegam muitas coisas na escola do Quilombo Mesquita. Por que isso acontece? E “o que o ministério faz para acabar com o preconceito?” foram algumas das perguntas.

Em um bate-bola entre a diretora e a coordenadora geral de Educação para as Relações Étnico-Raciais, Maria Auxiliadora Lopes, cada pergunta foi respondida de modo a contentar cada um dos adolescentes presentes.

Os principais pontos abordados durante o encontro serão divulgados na próxima edição do boletim Direitos na Comunidade, que será elaborado em breve por eles e elas. Após as oficinas sobre educação de qualidade realizadas durante este segundo ano do projeto, os/as adolescentes escolheram escrever sobre a importância do respeito e os impactos do preconceito na vida escolar.

Encontro com a história
Além das representantes do Ministério da Educação, também participaram da conversa a presidente da associação de moradores, Sandra Braga, e o vice-presidente, João Antonio Pereira.

“Seu João” é um dos anciãos da comunidade e compartilhou com os meninos e meninas a história do início da educação no Quilombo de Mesquita. “Meu pai ia de cavalo buscar a professora em Luziânia (cerca de 25km) para que as crianças do quilombo pudessem estudar. Por isso fico tão emocionado quando vejo a escola que temos hoje e a quantidade de alunos que temos lá”.

No fim, a professora Celenir Braga, que já deu aula para vários dos meninos e meninas, deu um testemunho emocionado sobre o que tinha acabado de presenciar. Ela estava impressionada com a qualidade das perguntas e como isso demonstrava o conhecimento que eles tinham sobre como as coisas funcionam. Celenir também fez uma fala impactante sobre o orgulho de ser quilombola, ressaltando esse sentimento nos/as adolescentes ali presentes.

A atividade faz parte do projeto Adolescentes Protagonistas, iniciativa do Inesc com o patrocínio da Petrobras.

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