Estudantes participam de oficina do Unicef sobre indicadores de monitoramento da adolescência

Dois estudantes que integram o projeto Adolescentes Protagonistas participaram, no dia 22 de setembro, da Oficina sobre Indicadores Estratégicos para Monitorar a Situação da Adolescência, realizada pelo Unicef, em Brasília (DF). O encontro teve como objetivo apresentar uma iniciativa global que está sendo desenvolvida pela instituição para monitorar a situação da adolescência e obter a visão de especialistas sobre quais são os indicadores mais estratégicos que contribuam para acompanhar os resultados das políticas públicas dirigidas para esta fase da vida.

Keissa Carvalho Dias e Eduardo Felipe dos Santos tiveram a oportunidade de conhecer de perto a iniciativa, intitulada provisoriamente de Adolescent Country Tracker (ACT), em inglês. A expectativa do Unicef é que esses indicadores auxiliem na incidência política e estimulem o desenvolvimento de ações voltadas para o adolescente, tanto em nível nacional quanto global.

Ao todo são 30 indicadores (25 + 5) que deverão ser acompanhados até 2030, quando se encerra o prazo da Agenda 2030, composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Entre os indicadores, estão as taxas de mortalidade, de suicídios, de analfabetismo, de conclusão dos ensinos fundamental e médio, de trabalho infantil, de tempo gasto no trabalho doméstico sem renda e de adolescentes vivendo abaixo da linha internacional de pobreza.

Espaço de fala
A presença dos dois adolescentes não ficou restrita à observação. Durante a oficina eles puderam contribuir ativamente, em especial quando foi abordado o aspecto “participação e engajamento”. Nesse momento, Keissa e Eduardo relataram um pouco das suas vivências, como o alto índice de evasão escolar verificado no CED 04 do Guará, escola onde Keissa estuda. Eles também falaram sobre a importância de ter uma escola no próprio território e citaram o exemplo da Cidade Estrutural, onde não há escolas de ensino médio. Os adolescentes compartilharam com os especialistas que conseguem ver o resultado do engajamento deles em ações, como a tentativa de retirada dos ônibus escolares que fazem o transporte dos estudantes que moram na Cidade Estrutural e estudam no Guará. A decisão do governo fez com que eles lutassem pela permanência dos ônibus.

“Participar da reunião foi perceber que ainda existem pessoas preocupadas com a vida das crianças e adolescentes, que ainda temos pessoas ao nosso lado que têm um olhar para cada um de nós. Foi uma experiência inesquecível poder falar sobre o que passamos e mostrar que não somos um bando de jovens que não está nem aí para o futuro. Foi poder falar sem ser criticado, foi perceber que eles estão realmente interessados em cuidar das crianças e dos adolescentes”, conta Keissa.

A sensação de que foi uma experiência importante também é compartilhada por Eduardo. “Nunca estive em uma reunião com tantas pessoas e muito menos conversei sobre assuntos tão profundos. Foi muito bom ver que existem pessoas que, de alguma forma, contribuem para acompanhar e monitorar as políticas públicas para os adolescentes”.

Além do Adolescentes Protagonistas, a participação do Inesc contou ainda com a colaboração de José Antonio Moroni, membro do colegiado de gestão da instituição. A oficina também contou com a presença de adolescentes do Observatório da Criança e do Adolescente (OCA) e de outras instituições, como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ministério da Educação, o Ministério da Saúde, e a Corpolítica (UnB).

Keissa e Eduardo estudam no CED 04 do Guará e no CED Darcy Ribeiro (no Paranoá), respectivamente, e participam ativamente do projeto Adolescentes Protagonistas, iniciativa desenvolvida pelo Inesc com o patrocínio da Petrobras.

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