O projeto Adolescentes Protagonistas, iniciativa desenvolvida pelo Inesc com o patrocínio da Petrobras, começou com força total a segunda etapa de oficinas. O Centro Educacional 04 do Guará é a primeira escola a iniciar as discussões sobre educação de qualidade, tema central do debate nesta etapa do projeto, que contará também com a parceria direta do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A primeira oficina aconteceu na última terça-feira (10/05) e nela foram problematizadas questões referentes à identidade, ao território e à educação. O trabalho foi iniciado com as questões: “Quem sou, de onde venho e como vejo a educação nos vários espaços?”. Os/as adolescentes construíram mapas por meio de recortes de revistas para descreverem a escola e o lugar onde moram. Muitos estudantes, moradores da Cidade Estrutural, ressaltaram o estigma que a comunidade tem pelo alto índice de violência e pobreza; fato que suscitou muito debate. Havia também alunos/as de Samambaia, Riacho Fundo e Valparaíso de Goiás. Todos foram unânimes ao descrever o árduo caminho de casa para a escola. Após esse primeiro momento, os/as adolescentes foram divididos em grupos para conceituar temas que permeiam os direitos humanos, como direito à educação, direito à cidade e território educador.
O conceito de direitos humanos foi tratado a partir de exemplos fundamentados nos princípios da universalização e interdependência entre os direitos. No que tange ao direito à educação, os/as estudantes falaram da importância de uma escola de qualidade perto das suas casas e que respeite as diversidades. A conceituação de direito à cidade passou por uma cidade de fácil acesso, com atividades artísticas e culturais, com infraestrutura e saneamento básico, vigilância civil e uma saúde de excelência. Por fim, o conceito de território educador diz respeito a um lugar onde a educação acontece com a cultura e na cultura, sendo a cultura pontuada como algo vibrante.
Construção do discurso
Já na segunda oficina, que aconteceu no dia seguinte, a dinâmica consistiu na construção de árvores, por meio de corte e colagem de revistas, com o intuito de extrair um discurso sobre educação.
Ao explicar suas construções, os/as adolescentes trouxeram assuntos como diversidade, respeito, bullying e alegria. “A educação começa na raiz até tomar o tronco, que é a base. Nossa árvore é colorida porque somos todos diferentes e lutamos pelo mesmo propósito: respeito”, afirmou um grupo durante a apresentação.
O debate que se seguiu retratou com muita intensidade as violências racistas, homofóbicas e machistas que provocam muita dor e até evasão escolar. Sensibilizados, os meninos e as meninas ressaltaram a importância de se discutir diversidade na escola. Além disso, os/as adolescentes do projeto defenderam que a formação e as oficinas deveriam chegar à toda escola, dada a relevância da iniciativa.